Meu amor, a 90 dias você nos deixou. Não consigo traduzir em palavras a falta que você tem feito em nossas vidas.
Quem sou eu para questionar os desígnios de Deus, mas poderia haver castigo pior para uma mãe do que ver seu bebê que foi gerado com tanto amor, cuidado com tanto zêlo, abraçado, acalentado, amado... partir antes dela?
Não, definitivamente não consigo vislumbrar nada pior do que isso.
Quando nos tornamos mãe entendemos o significado da palavra AMOR INCONDICIONAL. Um sentimento maior do que todos os que já foram antes experimentados, uma sensação de realização plena e absoluta. Mas ao mesmo tempo a certeza da fragilidade da vida, no sentido de que, em sendo tirado aquele serzinho de você, sua vida perderá todo o sentido. E foi isso que aconteceu conosco... nossa vida perdeu todo o sentido.
Seguimos em frente pela Amanda, nossa princesinha que tem nos dado tanta força que nem ela é capaz de acreditar no alento que tem sido em nossas vidas. Contudo, como nos dói vê-la chorando escondida de nós, abraçada aos brinquedinhos do irmãozinho que ela tanto amava.
Meu coração se esfacela cada vez que presencio uma cena dessas e penso: "Meu Deus, suportar a minha dor já beira o impossível, mas como suportar a dor da minha filha, tão pequena, com apenas 7 aninhos, e já tendo que ter coragem e maturidade de gente grande?"
Estamos seguindo nossas vidas como se tivéssemos no piloto automático. Sem planos, sem projetos, sem vontade...
O buraco aberto em nosso peito nos deixou feridos para todo o sempre. Ferida incurável, imensurável, insuportável.
Que o tempo (que neste momento tem sido mais inimigo do que amigo, ao passo que a saudade cresce e sufoca mais a cada dia) possa se reverter a nosso favor um dia, e nos ensinar a viver exatamente assim, como somos agora: Pela metade.
Saudades meu filho...
A mamãe, o papai e a Dadá te amam além do amor.