Na terça-feira pela manhã o Fê foi ao centro cirúrgico, enfim, retirar o catéter que todos os médicos acreditam ser o foco da infecção bacteriana que os hemogramas apresentam.
Voltou super rápido de lá, em 20 minutos já estava no quarto pedindo para comer.
Porém, à noite, começou a se sentir mal, ficar ofegante, febre altíssima que não baixava, saturação de O2 super baixa (precisou ficar no oxigênio por toda a madrugada) e frequência cardíaca oscilando muito. Ou seja, nada normal.
Passou a madrugada toda com essas reações e eu ali, ao lado dele, orando a Deus a noite toda, segurando a mãozinha dele, pedindo que ele tivesse força, que logo estaria em casa com a irmãzinha.
Diante desse quadro o médico plantonista que estava com ele ligou para a Dra. Carmem que logo desconfiou que ele estivesse com um quadro de acidose metabólica, que seria causada pela própria bactéria que está na corrente sanguínea.
Como ele está sem o catéter, foi necessário pegar outra veia para coletar os exames que comprovariam a tal acidose. Quando as enfermeiras o seguraram para pegar a veia ele começou a chorar e chamar pela irmãzinha: "Dadá, qué Dadá.." Judiação do meu menininho.
Umas duas horas depois saíram os resultados e não apontaram a acidose. Diante disso, o quadro ficou mais misterioso ainda.
E o catéter, foi levado para análise para ver qual bactéria estava lá e... até agora, não apareceu nenhuma!
A nossa preocupação e dos médicos agora é não saber contra o que estamos lutando. Cogita-se, inclusive, que possa ser o próprio vírus que ainda está nele e está causando todo esse estrago.
Ontem os médicos até fizeram uma reunião para discutir o quadro do Felipe e decidiram que iriam usar nele Imunoglobulina, que é uma medicação feita com células humanas, e se trata de um sistema imunológico completo. Uma tentativa para ajudar o corpinho dele a eliminar o que está lhe atacando.
A medicação é caríssima, tivemos de assinar uma papelada, mandar pedido urgente para o SUS liberar, uma burocracia tremenda. Mas, enfim, no início da noite a medicação chegou.
Então, começaram os problemas.
Logo que iniciou a infusão da medicação o Felipe começou a ter uma reação horrível. Praticamente a mesma que ele teve no sábado. Tremedeira, pele vermelha, saturação de O2 baixíssima, batimentos super acelerados desta vez e uma febre que subiu muito, muito rápido.
Quem estava com ele nessa hora era o Ale. Ele me ligou apavorado, eu estava perto do hospital, presa no trânsito perto do estádio dos coxas por conta do jogo de ontem.
Simplesmente abandonei o carro e saí correndo até o HC. Ao chegar no quarto ele me olhou feliz, segurei na mãozinha dele e disse a ele para ser forte, falei no ouvidinho dele que nós o amávamos e que ele ainda tinha muito para viver lá fora, que a Amandinha estava aqui fora esperando por ele.
Foram necessárias três doses de hidrocostisona e aos poucos, depois de umas duas horas, ele foi voltando ao normal e, adivinhem? Pedindo para mamar, rsrsrsr...
Pode ter sido uma reação à imunoglobulina (que afinal é feita de células humanas e as defesas dele podem ter estranhado) ou pode ter sido outra bacteremia. Tudo pode, nada é certo.
Quase duas horas da manhã ele estabilizou e até agora pela manhã está bem. Sem febre, saturando melhor e com os batimentos cardíacos bem normais.
A Dra. Adriana foi no quarto vê-lo agora a pouco e acha que a aparência dele está bem melhor, menos inchado, mais disposto. Disse que apesar de não se ter um diagnóstico fechado, ele está coberto com os antibióticos mais potentes que exitem, com anti-fúngico (porque também pode ser um fungo) e sendo acompanhado de perto.
Agora esperamos que essa medicação ajude nosso pequeno abençoado a melhorar e cesse esse sofrimento todo. Que os médicos descubram o que ele tem, que consigamos detectar o inimigo.
Como diz a Dra. Carmem, aguardemos as cenas dos próximos capítulos.
Deus está no comando, tudo tem um porquê.
Beijos muito esperançosos, embora ainda assustados.